Responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, o juiz Marcelo Bretas se posicionou nesta quinta-feira (6), por meio de seu perfil no Twitter, sobre o caso Neymar. Para Débora Mafra, delegada titular da Delegacia Especializada de Proteção À Mulher no Estado do Amazonas, ”Sem conhecer os autos do processo, qualquer opinião que induza a um juízo de valor, é precoce”.
“Preocupante! Suspeitas de fraude ou abuso de direito pela parte ‘mais vulnerável’ devem ser apuradas com rigor, sob pena de deslegitimar as demais situações de efetiva vulnerabilidade. Nem sempre a vítima é a parte mais fraca da relação”, publicou Bretas na rede social, marcando o perfil do atacante (@neymarjr).
O juiz replica um tuíte do deputado federal Carlos Jordy (PSL/RJ), no qual Jordy defende o camisa 10 da seleção brasileira da acusação de estupro por parte de Najila Trindade Mendes de Souza.
“A mulher faz uma acusação de estupro, faz com que o cara tenha sua vida destroçada, ele perde contratações e patrocínios, ela ganha seus minutinhos de fama e o vídeo mostra isso: NADA, além de uma agressão dela contra ele. As feministas vão fazer textão sobre cultura do estupro?”, escreveu o deputado.
Neymar foi cortado da seleção na madrugada desta quinta por causa de uma ruptura de ligamento no tornozelo direito, sofrida no amistoso contra o Qatar, em Brasília, nesta quarta (5). Também nesta quarta, a mulher que acusa o atleta de estupro veio a público pela primeira para falar sobre o caso.
Najila Trindade Mendes de Souza concedeu entrevista ao SBT, em que diz ter sido estuprada e vítima de agressão. Segundo ela, Neymar ignorou seu apelo para que fizessem sexo com camisinha, em Paris. O atacante foi intimado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro a depor nesta sexta-feira (7), no Rio.
No Amazonas
Em recente pesquisa divulgada pelo Atlas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- IPEA, entre 2012 e 2017, crimes dentro das residências cresceram 17,1%. Porém no Amazonas o índice de feminicídio se manteve estável no início de 2019, segundo a delegada titular da Delegacia Especializada Débora Mafra “O estado do Amazonas mantém um rede de proteção às vítimas de violência doméstica o que na avaliação dela tem contribuído para a iniciativa das mulheres em denunciar situações de agressões e violência doméstica”.
Quanto a repercussão nas redes sociais sobre a veracidade do depoimento de uma vítima que acusa o jogador de futebol Neymar Jr. de um estupro, a delegada é categórica. ”No momento em que a mulher diz não, mesmo sendo casada ou prostituta, o homem tem que parar, e se não parar é considerado estupro sim. Ele tem que se defender, mas não cometendo outros crimes, como de expor em público fotos e conversas da moça, que não deveria, sem conhecer os autos do processo, qualquer opinião que induza a um juízo de valor, é precoce..”
Débora Mafra confirma que os dados na pesquisa nacional do Ipea são alarmantes, mas no Amazonas, no primeiro semestre de 2019 foram registrados 7 feminicídios consumados, número considerado razoável diante do país.
“Aqui oferecemos a Casa Abrigo, Alerta Mulher- um dispositivo instalado no celular, Ronda Maria da Penha e Medidas Protetivas e caso não queiram comparecer na delegacia, também podem fazer as denúncias através do 181 estaremos sempre prontos para atende-las.” ressaltou a Delegada.
Fonte. www.jb.com.br
Foto. Fernando Frazão – Agência Brasil